terça-feira, 25 de maio de 2010

A estratégia de Marketing "No Fear" da DC Entertainment


O lance é o seguinte... A Marvel e DC usam a distribuidora Diamond pra abastecer as bancas, as bancas por sua vez fazem o pedido de revistas pra Diamond e não diretamente pras editoras.

A DC fez uma promocha pras bancas, oferecendo sacos com anéis coloridos da saga Blackest Night caso as bancas pedissem MAIS EDIÇÕES de algumas revistas do que habitualmente adquiririam. Com isso, o título do Gladiador Dourado, por exemplo, aumentou em 35 mil cópias a sua tiragem... Mas isso não quer dizer que essas 35 mil cópias a mais foram vendidas, compreendes?

As revistas foram requisitadas através da Diamond, o que fez com que a "venda" da editora aumentasse e a levasse pra liderança do top 10 com sua saga e tie-ins, mas isso não quer dizer que os gibis foram vendidos nas bancas.

Há anos, os leitores de quadrinhos assimilavam a DC e a Marvel ao que acontece com SBT e Globo, onde parece que DC (ou SBT) simplesmente se acomodaram em ser a "segunda".
Mesmo com a invasão de filmes da Marvel no cinema, a DC não vinha com nenhuma resposta significativa, até que...

Walt Disney Company compra a Marvel Entertainment


A notícia pegou o mundo do entretenimento de surpresa, a Walt Disney Company comprou a Marvel Entertainment, Inc. e seu catálogo de mais de 5 mil personagens. Sim, Homem-Aranha e Mickey Mouse agora são parte do mesmo grupo empresarial.

A aquisição, segundo comunicado oficial, é parte de uma estratégia da Disney de foco em "conteúdo de marcas de qualidade, inovação tecnológica e expansão internacional".

A compra foi efetuada por aproximadamente 4 bilhões de dólares. Com isso, a Disney passa a ter um portfolio de personagens que inclui alguns dos mais lucrativos do mercado do entretenimento hoje, como Homem de Ferro, X-Men, Capitão América, Quarteto Fantástico e Thor. O que isso significa para os acordos de publicação, distribuição e adaptação em mídias diversas ainda é incerto - mas os contratos atuais devem ser honrados, com mudanças a médio e longo prazo.

Em contra a partida a Warner Bros. cria a DC Entertainment

Os dois chefões da Warner Bros., Barry Meyer e Alan Horn, anunciaram no dia 9 de setembro
de 2009 a criação de uma nova companhia: a DC Entertainment.

A empresa foi criada para promover a marca da DC Comics e os personagens da editora em todas as mídias e plataformas.

Diane Nelson estará no comando da DC Entertainment, respondendo diretamente a Jeff Robinov, o presidente da Warner Bros. Pictures Group.



Diane NelsonNelson tem mais de 20 anos de experiência no gerenciamento de marcas, marketing e desenvolvimento de conteúdo e, além de dirigir esta nova divisão da Warner Bros., continuará representando o estúdio junto a J.K. Rowling, autora da série Harry Potter.

Uma das missões da DC Entertainment será integrar a DC Comics - que continuará sendo o ponto central da empresa - dentro das atividades das divisões da Warner Bros. (incluindo filmes, programas de televisão, entretenimento interativo e produtos de venda direta ao consumidor).

Independentemente dessas mudanças, a DC Comics continuará lançando mensalmente aproximadamente 90 revistas em quadrinhos e 30 encadernados (muitas vezes chamados de graphic novels).
Paul LevitzPaul Levitz, presidente da DC desde 2002 se tornará uma espécie de consultor da DCE (DC Entertainment) e voltará a atuar esporadicamente como editor. Além disso, pretende escrever mais histórias, principalmente da Legião dos Super-Heróis, personagens com os quais sua carreira tem uma longa associação.
Ainda não está claro como ficará a estrutura da DC Comics (que ainda conta com Dan Didio e Karen Berger, entre outros) e quem fará a ponte entre Diane Nelson e a equipe editorial da DC Comics.

A criação da DC Entertainment é uma resposta direta à compra da Marvel pela Disney e também reflete uma mudança de estratégia por parte do estúdio, depois do sucesso de Batman - O Cavaleiro das Trevas e sua arrecadação mundial de um bilhão de dólares.

Diane Nelson, presidente da DC Entertainment, anunciou a reestruturação da DC Comics.

Mudanças na chefia da editora já eram esperadas desde o afastamento de Paul Levitz do cargo de publisher, em outubro de 2009. O que não se esperava é que esse cargo fosse ocupado por cinco pessoas.

Diane Nelson

Dan Didio (antigo vice-presidente sênior e editor-executivo da DC Comics) e Jim Lee (criador da Wildstorm) serão coeditores. Didio em Nova York (costa leste dos Estados Unidos); Lee, na costa oeste do país, mais próximo da DC Entertainment e da Warner Bros.

O escritor Geoff Johns assume o cargo de executivo-chefe de criação. John Rood (marketing e vendas) e Patrick Caldon serão sócios-executivos.

Didio e Lee assinaram um texto divulgado no blog The Source, da DC Comics, sobre as mudanças e seus aspectos positivos na editora. Juntos, os dois publishers pretendem dar novo impulso para o Universo DC, Wildstorm, Vertigo e a revista Mad.

Dan Didio

Didio estará ligado ao processo de impressão tradicional e Lee comandará o trabalho da editora na área digital. Geoff Johns estará intimamente ligado ao processo criativo, garantindo uma integração maior na linha da DC Comics e também no uso desses personagens em plataformas diversas, como cinema e TV.

Rich Johnston, do site Bleeding Cool, fez um levantamento de diversos problemas enfrentados pela DC nos últimos anos, incluindo as brigas com Alan Moore; a incapacidade de fechar um contrato com Neil Gaiman para escrever Sandman Zero; a saída de autores importantes, como Garth Ennis e Warren Ellis, devido a contratos que pouco favoreciam esses artistas; a demissão de Scott Dunbier, criador do formato Absolute de encadernados de luxo; os problemas com a série All-Star Batman & Robin, do próprio Jim Lee, que chegou a ser ridicularizada internamente por funcionários; o cancelamento e perda do título The Boys, hoje um grande sucesso independente; dentre outros.

Geoff Johns

Some-se a isso uma estrutura corporativa inchada e burocrática e um processo de produção muito lento.

Diane Nelson começou a "balançar a árvore", prometendo mudanças significativas. Resta saber se tudo isso será suficiente para recuperar parte da fatia do mercado direto que a Marvel Comics abocanhou na última década e restabelecer boas relações de trabalho entre a editora e desenhistas e escritores importantes.

A DC chegou a criar um slogan para essa nova campanha agressiva de marketing que estão formando "No Fear" (Sem Medo).

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