quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Mad Men foi o grande ganhador do Emmy


As séries "Mad Men" e "Modern Family" se proclamaram neste domingo melhor drama e melhor comédia da televisão nos Estados Unidos, respectivamente, na 62ª edição da entrega dos prêmios Emmy, realizada no teatro Nokia de Los Angeles.


"Mad Men" repetiu pelo terceiro ano consecutivo como Melhor drama e venceu títulos como "Dexter", "Breaking Bad" e "Lost", que os críticos assinalavam como possíveis vencedores.

"Mad Men" teve que se conformar com quatro prêmios dentre 17 indicações, entre eles dois técnicos e um para Melhor Roteiro de Drama, embora não tenha vencido nas categorias interpretativas.

'Mad men' vira xodó para publicitários

A febre é tamanha que festas são organizadas para acompanhar a exibição dos novos capítulos, nas noites de domingo.

Junte o homem mais sexy da TV americana, um estilo capaz de inspirar coleções de moda, um roteiro inteligente e a nostalgia dos anos 60, bata tudo numa coqueteleira para dry martini e você terá a fórmula de sucesso de "Mad men", série que ganhou o status de fenômeno cultural dos Estados Unidos. O furor causado pela estreia da nova temporada do seriado no canal AMC, vitória no Emmy; e um novo (e ambicioso) acordo publicitário são a prova cabal de que o programa atingiu seu auge.

Ambientado no glamouroso mundo de uma agência de propaganda da Avenida Madison, em Nova York, o seriado é um dos preferidos do presidente Barack Obama, que revelou, em carta a Matthew Weiner, criador de "Mad men" e de "Família Soprano", ter assistido a todos os episódios. A febre é tamanha que festas são organizadas para acompanhar a exibição dos novos capítulos, nas noites de domingo.

A mais nova demonstração do poder de fogo de "Mad men", porém, vem do mesmo universo que ambienta a história: a publicidade. Recentemente, os produtores da série e a Unilever fecharam um acordo para a transmissão de uma série especial de seis comerciais produzidos no estilo característico do seriado. É um feito só conhecido na TV americana em grandes eventos, como as noites do Oscar e do Super Bowl.

A campanha, que não teve seu valor divulgado, prevê a produção de comerciais para marcas como Hellman's e Vaseline. As peças são ambientadas na agência fictícia Smith Winter Mitchell (similar à Sterling Cooper Draper Pryce da trama) em 1964, nos bastidores da elaboração de um anúncio. O primeiro reclame, do sabonete Dove, já entrou no ar nos EUA. O estilo retrô de "Mad men", também já inspirou uma coleção de ternos da Brooks Brothers, um guia completo de como copiá-los, elaborado pela grife Banana Republic, e uma linha especial das bonecas Barbie.

No quarto ano da temporada, que chegará ao Brasil no início de 2011 pela HBO - a terceira já terminou - , o irresistível Don Draper (Jon Hamm) comanda uma nova agência de publicidade, e tem uma vida amorosa agitada, mas nem tanto assim. Don descobre que sua nova condição de divorciado o torna nitidamente menos atraente para as mulheres dos anos 60.

"Mad men" está agora em 1964, e a liberação sexual das mulheres é seu pano de fundo. Para Maureen Dowd, colunista do "New York Times" e uma das melhores cronistas dos costumes da cidade, Betty Draper (January Jones), a ex-mulher de Don, é o exemplo da mulher que hoje as nova-iorquinas não querem ser: dependente, presa como um pássaro na gaiola. O divórcio, a pílula anticoncepcional e a ascensão profissional feminina são elementos incipientes de uma trama em que o machismo marca a maior parte das relações.

Para Natasha Vargas-Cooper, autora de um livro sobre o seriado ("Mad men unbuttoned: A romp through 1960s America"), o apelo de "Mad men" se deve a três fatores: "Os personagens estão à mercê de uma maré histórica que os espectadores conhecem; há uma satisfação em ver as pessoas fumando, bebendo e traindo seus parceiros impunemente: e, ainda, ver o nascimento de uma nova modernidade nos anos 60".


Nos capítulos já exibidos nesta temporada, passados em 1964 e 1965, temas como o movimento dos direitos civis nos Estados Unidos e a Guerra do Vietnã começam a se insinuar, mas os personagens continuam mais ocupados com aventuras sexuais e com ganhar dinheiro. Esse, aliás, é um tema com o qual os seguidores se identificam: segundo pesquisa do "Hollywood reporter", mais de 50% dos espectadores de "Mad men" nos EUA têm renda anual acima de US$ 100 mil. Com 1,9 milhão de espectadores, o programa ainda está bem atrás do campeão de audiência nas séries da TV paga americana, "Royal pains", com 6,9 milhões.

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