sábado, 9 de outubro de 2010

DC e Marvel decidem baixar preços de HQs após grandes mudanças no mercado


Após aumentarem os preços da maioria de suas séries de sucesso de US$ 2,99 para US$ 3,99 ao longo deste ano, DC Comics e Marvel Comics, as duas maiores editoras de quadrinhos dos EUA, decidiram voltar atrás. Enquanto a DC vai fazer todas suas HQs de US$ 3,99 (R$ 6,70) voltarem a US$ 2,99 (R$ 5) em janeiro, o compromisso da Marvel é que todas as novas séries que lançar a partir de 2011 custarão US$ 2,99.

As duas editoras anunciaram oficialmente a mudança de preço quase simultaneamente na última quinta-feira. Foi o prelúdio da New York Comic Con, principal evento de quadrinhos da costa leste dos EUA, que é precedida por um encontro dos executivos de marketing e vendas de todas editoras de quadrinhos do país, organizado pelo instituto verificador de circulação ICV2.

A primeira grande notícia divulgada no evento: o primeiro semestre de 2010 representou uma queda de 12% no mercado de quadrinhos norte-americano, entre mensais e graphic novels (20% especificamente no mercado de mangás).

Mas a Marvel, pelo menos, diz que esse não é o motivo pelo qual baixaram os preços. David Gabriel, Vice-Presidente de Vendas e Circulação da editora, diz que vai baixar os preços dos quadrinhos porque a editora teve um lucro acima do esperado nas plataformas digitais.

E esta é a segunda grande notícia: o mercado digital de quadrinhos pulou de US$ 500 mil (R$ 838 mil) em 2008 para estimativas de US$ 6 a 8 milhões (R$ 10,05 a 13,4 mi) em 2010, um crescimento de 1200 a 1600%. Foi o ano do lançamento do iPad e da chegada de outras plataformas digitais, como a Android, através dos quais as principais editoras dos EUA já estão com boas vendas.

Segundo Gabriel, um exemplo são as vendas digitais de Ultimate Thor #1, que, lançada esta semana simultaneamente em papel, vão ultrapassar as vendas nas comics shops nos próximos dias.

No caso da DC, a mudança de US$ 3,99 para US$ 2,99, segundo o ICV2, tem a ver sim com as notícias de retração do mercado, como a queda registrada em agosto. Para a editora, o desconto no preço também vai representar menos páginas: será o fim das histórias secundárias que havia colocado em várias séries – justamente para compensar o aumento de preço – e o retorno às HQs de 32 páginas, apenas 20 de história (atualmente são 40 páginas, 30 de história).

A notícia, uma das mais importantes para o mercado de quadrinhos norte-americano este ano, ainda está circulando por editoras, fãs e lojistas, e certamente será grande pauta da New York Comic Con ao longo do fim de semana. Aguarde novidades.

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